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Calígula: Loucura e Depravação no Império Romano

Gaio César Augusto Germânico é o nome de batismo daquele que passará à história somente com o apelido de Calígula. Aliás, apelido que o próprio detestava.

Nasceu na cidade de Anzio, localizada na província de Roma, em 12 d.C. e morreu assassinado nos palácios imperiais em 41 d.C.

Foi o terceiro imperador de Roma, de 37 a 41 d.C, sucedendo o seu tio-avô, o imperador Tibério.

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Todos nós sabemos que sua péssima fama ultrapassasou os milênios e, justamente, por ter sido tão louco, facínora e depravado, é que estamos falando dele até os dias atuais.

A verdade é que a historiografia moderna, hoje tende a aceitar que sua figura polêmica foi exagerada por alguns escritores antigos, que eram completamente contra o seu principado, sobretudo Tácito e Suetônio.

Calígula: um verdadeiro príncipe de sangue azul

Sua árvore genealógica de Calígula era das melhores. Descendente de Júlio César faz parte daquela que chamamos a dinastia Júlio-Cláudia.

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Árvore genealógica do Calígula

Seu pais tinham origem nobre. Germânico era um brilhante e amado comandante militar e sua mãe Agripina era neta do imperador Augusto.

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O que significa o nome Calígula?

O nome Calígula tem um significado bem interessante, curioso e até engraçado.

Foto de uma calligae

Ele foi criado no acampamento militar na Germania (hoje, a Alemanha), onde os soldados de seu pai lhe deram o apelido de Calígula

O apelido vem do fato que ele gostava de usar as sandálias/botas dos soldados, e essas se chamavam calligae. Logo, traduzindo literalmente, calígula queria dizer: botinha ou sandalinha.

Obviamente ele odiava esse apelido, e quem ousasse chamá-lo assim em sua presença, seria condenado a castigos e até à morte!

Ascenção positiva de Calígula ao trono

Subiu ao trono após a morte do seu tio-avô, o qual muito provavelmente foi o responsável pela morte do seu pai, e pelo exílio e morte da mãe e dos irmãos.

Quando foi eleito imperador, adotou o nome de Gaio Júlio César Augusto Germânico.

Sua ascenção ao poder foi muito bem acolhida pelo senado e pelo povo romano. Segundo nos citam as principais fontes históricas, o início do seu principado foi uma verdadeira lua-de-mel política.

Muitos desses historiadores, que pertenciam à classe social dos patrícios e que muitas vezes eram senadores, fizeram questão de dizer que Calígula respeitou o Senado, deu novamente liberdade para que os magistrados pudessem novamente ser eleitos por voto popular, concedeu anistia a todos aqueles que haviam sido condenados ou que tiveram seus bens confiscados pelo imperador Tibério.

Outra coisa pela qual Calígula foi muito amado, é que ele organizou muitos jogos circenses. Nessa época ainda não existia o Coliseu, mas eram organizadas competições entre gladiadores, lutas entre animais ferozes.

Imagem nos mostrando como era o Circo de Calígola, que depois mudou de nome para Circo de Nero.

Calígula construiu um circo, que equivale ao nosso hipódromo, e onde eram realizadas corridas de bigas. Esse circo, que se chamava Circo de Calígula e que depois mudou de nome para Circo de Nero, é onde está construída a Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Além disso mandou construir enormes barcos, que ficavam no Lago de Nemi, com o qual além de realizar competições de batalhas navais, segundo as más línguas, nas embarcações também eram organizadas festas e muitas orgias.

Os restos de dois desses barcos foram recuperados entre os anos 1928 e 1932 durante o governo de Mussolini, mas infelizmente foram incendiados em 1944, pelos alemães, ao fugirem de Roma, no final da segunda guerra mundial.

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Foto dos restos de um dos barcos, encontrados no Lago de Nemi, nos arredores de Roma

Acredita-se na possibilidade de ainda existir um terceiro barco no fundo do lago, que é muito fundo por ser um lago vulcânico. Há alguns anos estão sendo feitas pesquisas subácqueas, com a esperança de encontrá-lo.

A curva descendente do império de Calígula

No final do seu primeiro ano de governo, Calígula adoeceu gravemente. Fez um testamento nomeando sua irmã Drusila sua herdeira, e seu cunhado, Marco Emilio Lepido era seu conselheiro.

O povo romano acendia incensos, clamava aos deuses pela vida do seu imperador.

Calígula se recuperou da grave doença e o que sabemos é que dali em diante as coisas mudaram de modo drástico. Se recuperou, mas se transformou em um homem cruel.

Talvez um surto psicótico devido a uma tentativa de envenenamento? Muitos dizem que o imperador Calígula se recuperou fisicamente, mas não mentalmente.

A partir desse momento Calígula deu cada vez mais mostras de um caráter autoritário. Sua inspiração eram as monarquias absolutistas orientais, e pouco a pouco se desinteressou pelos modos e pela maneira de governar da república romana.

Mandou matar seu primo Tibério Gemello. Calígula acreditava que Tibério Gemello havia tramado a sua morte junto com Macro. O chefe da guarda pretoriana preferiu cometer suicídio do que ser morto pelas mãos de Calígula.

Importante, dizer que Macro era um personagem muito importante e tinha sido um dos principais apoiadores de Calígula quando ele subiu ao poder.

Dicas de leituras sobre o Império Romano:

1400 dias de terror: o Império de Calígula

Depois de cerca oito meses de lua de mel com o senado e com o povo romano, Calígula se transformou em um homem cruel.

Apesar de muitos historiadores acharem que foi a doença a fazê-lo enlouquecer, já havia muitos traços de frieza e crueldade na sua personalidade desde a juventude.

Um das decisões mais “exóticas” foi exigir que o Senado o deificasse, ou seja, o considerasse um deus ainda em vida. Geralmente a deificação ou divinização dos imperadores acontecia somente após a morte. Sim, ele queria ser o Deus Calígula ainda em vida.

Também é acusado de praticar incesto com suas irmãs Júlia, Agripina Menor e Drusila. Drusila era seu verdadeiro amor e após a sua morte, obrigou a cidade de Roma a declarar luto público, a transformou na deusa Pantea, exigindo que lhe fossem esculpidas estátuas e dedicado culto.

Roubou a mulher do senador Calpurnio Pisone durante a festa de núpcias, transformou-a em sua amante e poucos dias depois a repudiou.

Porém, após vários casamentos e amantes, conheceu uma mulher chamada Cesonia, a qual correspondia completamente aos desejos luxuriosos de Calígula. Inclusive desfilar nua no meio do exército e ser oferecida a outros homens.

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Incitatus: o cavalo de Calígula que virou senador

Uma das muitas histórias que se conta é que o cavalo de Calígula foi eleito senador ou talvez cônsul (o mais alto cargo da magistratura romana).

Incitatus era o animal preferido do imperador, que tinha por ele uma verdadeira adoração. A única vez que o animal participou de uma competição e perdeu, Calígula resolveu castigar e mandar matar o cavalheiro!

Muito provavelmente, os historiadores exageraram ao contar da devoção do imperador pelo animal, mas, o que sabemos, contado por Cassio Dione, é que Incitatus tinha direito a ser tratado quase como um deus.

Comia flocos de aveia, frutos do mar e carne. Seus cobertores eram de púrpura, usava jóias com pedras preciosas e tinha um séquito de súditos e escravos que se dedicavam exclusivamente ao seu bem estar.

Cassio Dione também diz que o cavalo comia à mesa junto com o imperador, e todos os comensais eram obrigados a brindar à saúde de Incitatus. Quem não o fizesse, seria justiçado.

Incitatus senador: boato ou verdade?

A lenda popular que nos diz que o cavalo de Calígula seria eleito senador ou cônsul, ou ainda sacerdote, é uma notícia que chegou até nós através de um dos autores que mais jogou lenha da figueira para detonar a figura pública de Calígula: o senador e historiador Suetônio.

Morte de Calígula aos 29 anos de idade

Após duas conjuras tramadas, somente a terceira teve sucesso. Em 24 de janeiro de 41, o imperador louco foi assasinado.

Durante uma comemoração, Cassio Cherea, o tribuno da guarda pretoriana, aproveitou que Calígula passava por um corredor do palácio imperial e deu-lhe um golpe com a espada.

Outros conjurados ajudaram Cherea, matando também a mulher e a filha do imperador, Cesonia e Drusila.

Seus guarda-costas não conseguiram protegê-lo, mas de todo modo, mataram alguns conjurados.

Calígula morreu com 29 anos, após quatro anos no poder.

Vida e história de Calígula na literatura e no cinema

Obviamente que um personagem como Calígula inspirou muitos autores famosos. Digamos que desde a antiguidade houve quem muito escrevesse sobre ele.

Como já citado anteriormente, as principais fontes antigas são Suetônio, Tácito e Cássio Dione.

Porém, em épocas modernas tivemos duas obras interessantes: a peça teatral Calígula, de Albert Camus; além do film “erótico cult” Eu, Calígula, do diretor Tinto Brass.

Na obra teatral dividida em quatro atos, o Calígula de Albert Camus, representa a luta entre a consciência individual e a burocracia política, tudo isso representado na figura de um imperador louco e cruel.

A peça foi encenada pela primeira vez em Paris no ano de 1945.

Em 1979, Tinto Brass, diretor italiano de filmes classificados como “porno cult”, foi o responsável por uma mega produção cinematográfica ítalo-estadunidense. Um filme de 156 minutos (versão integral de 1979), que na versão italiana de 1984, foi cortado para 133 minutos.

Com muitas cenas de nudez e sexo, é contada a história de vida louca e luxuriosa do imperador. O filme contou com nomes de peso. O cenógrafo foi o escritor e dramaturgo estadunidense Gore Vidal, e com o atores de peso como Peter O’Toole e Helen Mirrer, que interpretou Cesonia, a esposa de Calígula.

Um documentário muito interessante, de 2014, se chama: Calígula: 1400 dias de terror, e foi financiado pelo History Channel.

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Calígula e Joffrey de Game of Thrones: inspiração ou coincidência?

Se você curtiu assistir as aventuras épicais da série Game of Thrones, talvez a notícia não seja uma novidade.

Muitos sites na internet discutem se o personagem Joffrey foi inspirado no imperador.

Há alguns anos, baseando-se em estátuas de mármore e na descrição do aspectodo imperador, foi feita uma reconstrução gráfica no computador, de como seria o rosto do Calígula na vida real.

Se observarmos as imagens, podemos ver que pelo menos fisicamente, ambos se assemelhariam muito!

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