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Galeria Nacional de Arte Antiga no Palazzo Barberini

Aproveitando um domingo chuvoso, onde as opções de programas ao ar livre são mais limitadas, retornei à Galleria Nazionale di Arte Antiga no Palazzo Barberini.

Arte antiga é o que mais existe na Itália, e em Roma existem três galerias de arte antiga, duas no Trastevere (Palazzo Corsini e Villa Farnesina), e uma nas proximidades da Fonte do Tritão, mais apropriadamente no imenso Palazzo Barberini.

Só o Palácio por si mesmo já é uma obra de arte e arquitetura.

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A fachada do prédio, e em cima do janelão (onde fica o salão nobre), o brasão da família Barberini.

Incontáveis museus italianos estão localizados dentro de castelos medievais ou palácios renascentistas.

Os palácios foram a residência da nobreza, do papado, da monarquia. Assim como a Galleria Borghese hospedou a família Borghese antes de virar um museu, o Palácio Barberini também hospedou essa riquíssima família de nobres e papas.

A sua construção iniciou em 1627 pelas mãos de Carlo Maderno, o mesmo arquiteto que tocou a construção da Basílica de São Pedro, no Vaticano, após a morte de Michelangelo.

Como legado do seu passado residencial temos tetos es-tu-pen-dos, muitos deles (senão a maioria) afrescados pelas mãos dos melhores artistas da época.

Só para vocês terem uma ideia: para chegar ao primeiro andar do prédio subimos os degraus da ala leste do palácio, projetada e construída por ninguém menos do que Gian Lorenzo Bernini.

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Bernini trabalhou bastante para os Barberini, inclusive a Fonte do Tritão, que à época da construção ficava de frente para o palácio (hoje em dia o acesso ao palácio se dá por outra entrada!).

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O salão nobre é totalmente vazio. Do lado de cá (onde eu estava) tem um banco para sentar. Mas a verdade é que sentados ou em pé, todos ficam admirados com a beleza do teto. Como podem ver ele ocupa a altura de dois andares inteiros.

Assim que chegamos ao primeiro andar ficamos boquiabertos com a beleza do teto (vocês sabem que amo tetos decorados, né?) do enorme salão nobre. O afresco realizado entre 1632 e 1639, cujo nome é Il Trionfo della Divina Providenza (O triunfo da Divina Providência) é obra do artista Pietro da Cortona.

Vocês também poderão ver um teto lindo, lindo, lindo feito por ele, no salão nobre do Palazzo Doria Pamphili, sede da embaixada brasileira em Roma.

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Nessas horas gostaria de ser uma fotógrafa profissional. O teto até que saiu bonitinho na foto, né? Mas ao vivo é muito lindo! As pessoas ficam com torcicolo olhando para cima!

Mas se teto do salão da Divina Providência ainda não for o suficiente para lhe deixar boquiaberto, espere mais um pouco até chegar à sala número 17 para admirar outro teto maravilhoso. Nele encontra-se representada a história bíblica de José no Egito.

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Outra surpresa é encontrar um quadro famoso e que ilustra muitos livros de história, principalmente aqueles que contam a história da Inglaterra e da cisão entre a coroa britânica e o Vaticano.

Se trata do quadro Ritratto di Enrico VIII (Retrato de Henrique VIII) de Hans Holbein. Hans Holbein era um pintor da aristocracia inglesa e esse retrato foi pintado em 1540, quando Henrique VIII tinha 49 anos, e estava para se casar com a sua quarta esposa, a princesa protestante Anne De Clèves.

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O passeio pela Galeria Nacional de Arte Antiga vai se alternando entre momentos de beleza: tetos e quadros.

Uma das obras que também chama a atenção é o famosíssimo quadro da Fornarina, pintado por Rafael Sanzio.

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Rafael não pintou esse quadro para ser vendido, mas a pintura permaneceu no ateliê do artista até a sua morte. Nesse quadro ele havia retratado a sua amada.

Muitos afirmam que o apelido Fornarina se deu porque o pai da moça possuía um forno (panificação) no Trastevere.

Após a morte de Rafael o quadro passou pelas mãos de várias famílias nobres, até ser comprado pela família Barberini. A obra é citada em um testamento de 1642.

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Essa sala vermelha “dramática” e lotada de gente, é a sala dedicada aos originais de Caravaggio e aos “caravaggeschi”, ou seja, um estilo que inspirou outros pintores a imitar o seu estilo.

No site da galeria é possível conhecer antecipadamente o acervo de cada um dos ambientes. Ou, como eu fiz, se deixar surpreender pela beleza das obras de Bernini, Caravaggio, Tintoretto, Tiziano, El Greco, Canaletto, Filippo Lippi e tantos outros pintores que fizeram da arte o que ela é hoje.

Alguns quadros famosos (com o título em italiano):

  • Caravaggio: Giuditta che taglia la testa a Oloferne, 1597-1600; Narciso, 1598-1599; San Francesco, 1606.
  • Tintoretto: Cristo e l’Adultera, 1546-1548
  • Hans Holbein il Giovane: Ritratto di Enrico VIII, 1540
  • Filippo Lippi: Madonna col Bambino, 1437
  • Raffaello Sanzio: La Fornarina, 1520
  • El Greco: Adorazione dei Pastori; Battesimo di Cristo 1546-1548
  • Tiziano: Venere e Adone, 1553-1554

Também há alguns bustos de mármore famosíssimos que Bernini esculpiu, inclusive de membros família Barberini:

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A segunda escultura (em sentido horário) é uma das mais famosas da arte italiana: o busto do papa Urbano VIII (Maffeo Barberini)

Após contemplar as obras de arte, aproveite também para conhecer a “outra escada” protagonista do museu. Enquanto Bernini projetou a escada da ala leste (aquela onde hoje é a entrada do museu), Borromini projetou a escada de acesso da ala oeste.

Apesar da famosa rivalidade entre os dois arquitetos, quando a escada helicoidal de Borromini foi construída, Carlo Maderno havia falecido e Bernini era o arquiteto responsável por tocar a obra de construção do palácio.

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Fotos: Wikimedia Commons e Pixabay

Como podemos ver, as grandes obras arquitetônicas passavam de mão em mão, um arquiteto famoso substituindo o outro…

Infelizmente não pude revê-la porque o acesso à escada fica fechado nos fins de semana, porque aquela ala do prédio hospeda um instituto de pesquisa.

Para terminar a sua visita com “chave de ouro” dê também uma espiadinha no jardim italiano que fica na parte posterior do museu. Fui durante o final do inverno e ele não estava super bonito, não! Mesmo assim, agradável aos olhos!

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Galleria Nazionale di Arte Antica, Palazzo Barberini

Endereço: Via delle Quattro Fontane 13

Site: http://galleriabarberini.beniculturali.it/

Dias e Horários: 3° feira a domingo, das 8:30 às 19h. Fecha às segundas-feiras, dia 25/12 e dia 01/01. A bilheteria encerra às 18.

Preço: 7 euros e gratuito nos primeiros domingos do mês.

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