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Michelangelo Buonarroti: Breve Biografia e Principais Obras

Michelangelo Buonarroti nasceu em 6 de março de 1475, em Caprese, na província de Arezzo. Seus pais se chamavam Ludovico e Francesca, e ele era o segundo de cinco filhos.

A família pertencia à pequena nobreza florentina, e Ludovico Buonarruoti foi mandado para Caprese para cobrir o cargo público de podestà, ou seja, o governador da pequena cidadezinha.

Nesse momento, os Buonarroti estavam atravessando uma enorme crise financeira e estavam realmente à beira da pobreza.

Apesar do prestígio do cargo, ser o podestà de uma cidade minúscula como Caprese não garantia uma grande renda, mas simplesmente a sobrevivência da família.

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Muitos historiadores consideram que a penúria econômica dos Buonarroti tenha marcado profundamente a personalidade e a relação de Michelangelo com o dinheiro.

Quando Michelangelo tinha cerca de 6 meses, a família voltou para a província de Firenze, indo morar em Setignano, localidade famosa pelos artesãos que esculpiam o mármore.

Já adulto, ele diz que a sua paixão pela escultura vem do fato de ter sido alimentado com “leite engrossado com pó de mármore”. Quando tinha seis anos, sua mãe faleceu.

Carreira artística de Michelangelo

Além de ter começado sua carreira cedo, Michelangelo viveu 89 anos, o que fez com que ele tivesse a chance de produzir muito.

1487: Aprendizado em Firenze no laboratório do Domenico Ghirlandaio

Apesar de seu pai não concordar com sua escolha de ser um artista, em 1487 Michelangelo começou o seu aprendizado no laboratório artístico do Domenico Ghirlandaio, pintor muito famoso e importante.

A vocação dos primeiros apóstolos, Domenico Ghirlandaio, 1481-1482, Capela Sistina.

Ghirlandaio pode ser considerado um dos protagonistas da primeira renascença e tinha sido um dos artistas escolhidos pelo Papa Sisto IV para as primeiras pinturas da Capela Sistina.

O acordo inicial era que Michelangelo permaneceria por três anos como discípulo do Ghirlandaio, mas ele desistiu e decidiu aderir à livre escola de escultura e cópia de antiguidades, fundada por Lorenzo dei Medici nos Jardins de São Marcos.

O diretor dessa escola era o escultor Bertoldo Di Giovanni, que por sua vez tinha sido aluno do grande escultor Donatello.

1488: Na corte dos Médicis e primeiros trabalhos importantes

Um ano após a sua chegada à escola fundada e patrocinada por Lorenzo dei Medici, o grã-duque nota o seu talento e o acolhe na sua corte.

Pátio interno do Palazzo Medici Riccardi. Foto: Shutterstock por salajean

Michelangelo foi morar no Palácio Medici Riccardi, considerado “a casa do Renascimento”, porque lá trabalharam artistas como Donatello e Botticelli. Lorenzo dei Medici o considerava como um filho.

Nesse ambiente de corte, ele teve contato com muitos artistas, intelectuais, nobres, pessoas famosas e poderosas.

Ele então realizou para os Médicis as suas primeiras esculturas: “La battaglia dei centauri” e a “Madonna della Scala”, hoje expostos em Florença, no Museo di Casa Buonarotti.

Graças a Piero dei Medici (padre do Lorenzo), ele conseguiu ser hospedado pelos frades da igreja de Santo Spirito e ali aprender anatomia, estudando os cadáveres do hospital do convento.

Nesse período, esculpiu um crucifixo de madeira e o deu de presente ao prior do convento religioso.

1494-1496 Os anos de Bolonha e Veneza

Em 1492 Lorenzo dei Medici faleceu e os equilíbrios políticos mudaram radicalmente na península itálica.

Anjo que segura o candelabro. Michelangelo para a arca de São Domingos. Foto: Shutterstock por Castillo

Pouco antes da perda temporária de poder por parte dos Médicis, Michelangelo deixou Florença e foi para o norte da Itália. Se estabeleceu nas cidades de Bolonha e de Veneza.

Em Bolonha colaborou com a escultura da arca de São Domingos e viu as esculturas da História da Gênesis, de Jacopo della Quercia, as quais o influenciaram na pintura da Sistina.

1496 Michelangelo em Roma

Em 1496 Michelangelo chega a Roma, onde inicia a esculpir o Baco, que hoje está em Florença, no Museu do Bargello.

Dois anos depois, em 1498, o cardeal francês Jean de Bilhères encomenda ao artista a escultura da Pietà.

O compromisso ela que ela ficasse pronta para o jubileu de 1500. Michelangelo entregou a obra pronta em 1499. Na época ela decoraria a capela de Santa Petronilha, no Vaticano. Hoje ela está na primeira capela, logo após a entrada da Basílica de São Pedro.

1501 Retorno a Florença e a escultura do Davi

O famoso e majestoso Davi. Foto: Shutterstock por Marta Moreta

O Brasil tinha completado seu primeiro ano de descoberta, quando Michelangelo retornou a Florença. Foram anos em que ele teve a encomenda de muitos trabalhos.

Ele havia sido convidado para trabalhar na Catedral de Florença, e nesses anos começa a escultura do Davi, que em 1504 será colocado na Piazza della Signoria.

Hoje a escultura original está no Museo dell’Accademia e uma réplica fica na praça.

No Museo dell’Accademia também está a estátua de São Mateus, que faria parte do projeto dos Doze Apóstolos para a Catedral de Florença.

Visitantes maravilhados, apreciando o Tondo Doni, na Galleria degli Uffizi, em Florença. Foto: Shutterstock de vvoe

Nesse anos, ele também trabalha em dois “tondi” (“redondos”), ou seja duas obras redondas: o Tondo Doni, uma pintura encomendada pela família Doni e o Tondo Pitti, um baixo relevo em mármore, hoje conservado no Museo del Bargello, em Florença.

1504: Roma, Florença e Carrara

Em 1504 , Papa Júlio II resolve chamar Michelangelo a Roma, pedindo que lhe construa um túmulo. Seria um dos túmulos mais monumentais já vistos e ficaria na Basílica de São Pedro.

Michelangelo vai para a Carrara, em busca de mármores. Quando volta para Roma, descobre que o papa havia mudado de ideia e daí há um grande conflito entre ambos. Michelangelo vai embora e retorna para Florença.

Ao chegar em Florença, o governo florentino encomendou um afresco contando a história da Batalha de Cascina, e esse afresco ficaria de frente para a Batalha de Anghiari, já pintada por Leonardo Da Vinci. Ambos na Sala do Grande Conselho no Palazzo Vecchio.

A pintura nunca foi realizada, mas temos o original de alguns esboços. Um deles conservado no British Musem, em Londres.

1508: Michelangelo em Roma e o teto da Capela Sistina

Após muitos conflitos, Michelangelo faz as pazes com o Papa, que resolve retomar o projeto do túmulo, mas em primeiro lugar pede que ele pinte o teto da Capela Sistina.

Michelangelo trabalhará na Sistina por 4 anos, concluindo o ciclo pitórico em 1512.

Um ano depois, Papa Júlio II falece e o artista irá brigar com os herdeiros e parentes do Papa por quase três décadas para o pagamento do túmulo, Michelangelo acabou esculpindo um túmulo muito menor, do qual a escultura mais famosa é o Moisés.

1515 a 1534: Muitos projetos em Florença

Com a morte do Papa Júlio II, foram eleitos dois papas com sobrenome Médici: Papa Leão X (1513-1521), que era filho de Lorenzo dei Medici e tinha a mesma idade do Michelangelo e Clemente VII (1523-1534), filho de Giuliano dei Medici. Lorenzo e Giuliano eram irmãos, entãos os papas Leão X e Clemente VII, eram primos.

Túmulo de Giuliano dei Medici, com as esculturas de Michelangelo: a noite e o dia. Foto: Shutterstock de D. Bond

Nesse anos foram encomendadas muitas obras, feitos muitos projetos, nem todos levados a cabo.

Inicialmente Leão X havia encomendado a fachada da Catedral de São Lourenço, a igreja “oficial” da família Medici. Projeto esse não realizado.

Logo depois, foi confiado também a Michelangelo uma capela fúnebre para que acolhesse os restos mortais dos últimos grandes herdeiros dos Médicis: Lorenzo e Giuliano. Nasceu então a Sagrestia Nuova (Sacristia Nova) onde estão os restos mortais dos dois irmãos Médicis.

Já Clemente VII pede que Michelangelo crie uma biblioteca que possa acolher todos os livros, pergaminhos, manuscritos e documentos históricos importantes da família. É assim então que nasce a Biblioteca Laurenziana.

A escadaria monumental da Biblioteca Laurenziana. Crédito: Shutterstock

Enquanto trabalhana na Biblioteca, Michelangelo continuava as esculturas da Sagrestia Nuova, que ainda não tinha sido concluída, e ao mesmo tempo também tentava levar adiante o famoso e tribulado túmulo de Júlio II.

Nesses anos florentinos, além de outros projetos de arquitetura, ele também esculpe o Apolo, chamado de Davi-Apolo, porque é citado com os dois nomes. A obra está atualmente no Museu do Bargelo, em Florença.

1534: Michelangelo volta para Roma, onde fica até a sua morte

Durante o papado de Clemente VII, Roma tinha sido invadida e colocada de cabeça para baixo por um exército de mercenários alemães. Após o final da invasão, o papa decide que quer que Michelangelo retorne à Capela Sistina e pinte o Juízo Final.

Nesse retorno à Capela Sistina, Michelangelo trabalha de 1534 a 1536. A obra começa sob o papado de Clemente VII e termina com Paulo III.

Em 1539 ele esculpe o Bruto e por volta de 1547 a Pietà Rondanini. As obras estão, respectivamente, no Museu del Bargello, em Florença, e no Castello Sforzesco, em Milão.

Em 1550, sempre a pedido do Papa Paulo III Michelangelo reelabora e reconstrói a Praça do Campidoglio, e também inicia a pintura da Capela Paolina, no Vaticano. Trabalho esse que o artista não concluirá por completo.

A magnifíca Praça do Campidoglio com iluminação noturna

Nos últimos dez anos, ele trabalhou em mais duas Pietàs: a Pietà Bandini, que ela esculpiu para o próprio túmulo, mas não concluído porque Michelangelo não gostou do resultado. Já a Pietà di Palestrina é uma de suas obras incompletas e que os historiadores discordam quanto à paternidade.

Em 18 de Fevereiro de 1564 Michelangelo faleceu em Roma. Sua casa ficava na Via Macel de’ Corvi. A localidade foi destruída no séc 19 para a construção do Vittoriano e também para o ampliamento da Piazza Venezia.

No seu testamento pedia que seus bens ficassem para os parentes mais próximos. O acervo pessoal do artista (desenhos, esboços, escritos e algumas obras) hoje está no Museo Casa Buonarroti, em Florença.

As principais obras de Michelangelo e suas localizações

Se você gostaria de conhecer as obras de Michelangelo, aproveite porque a grande maioria está entre Roma e Florança. Inclusive tem um post aqui no blog com a lista e breve descrição das principais obras de Michehangelo em Roma.

No elenco a seguir, foram enumeradas somente as obras de atribuição certa e também as que se encontram em exposição na Itália.

Mesmo na Itália, há algumas obras que se descutem a autoria de Michelangelo, ou se ele fez somente o esboço e o trabalho foi feito por algum assistente. Um exemplo é a Pietà di Palestrina, hoje exposta da Galleria dell’Accademia.

Elenco das principais obras de Michelangelo oficialmente atribuídas e que estão na Itália:

  • Cabeça de fauno. Ano: 1489. Galleria degli Uffizi, Florença.
  • Madonna della Scala. Ano: 1491. Casa Buonarroti, Florença.
  • Batalha dos centauros. Ano: 1492. Casa Buonarroti.
  • Crucifixo de Santo Espírito. Ano: 1493. Basílica do Santo Espírito, em Florença.
  • Anjo que carrega um candelabro, São Procolo e São Petrônio (Arca de São Domingos). Ano: 1491-1495. Basílica de São Domingos, Bolonha.
  • Baco. Ano: 1496. Museu Nacional do Bargello, Florença.
  • Pietà Vaticana. Ano: 1497-1499. Basílica de São Pedro, Vaticano.
  • Estátuas de São Pedro, São Paulo, São Pio e São Gregório (esculpidas com ajuda de assistentes). Ano: 1501-1504. Duomo de Siena.
  • Davi. 1501-1504. Galleria dell’Accademia, Florença.
  • Tondo Pitti. 1503-1505. Museo Nazionale del Bargello, Florença.  
  • São Mateus. 1505-1506. Galleria dell’Accademia, Florença
  • Túmulo de Júlio II, com o famoso Moisés. 1505-1542. Basilica di San Pietro in Vincoli, Roma.
  • Tondo Doni. 1506-1508. Galleria degli Uffizi, Florença.
  • Teto da Capela Sistina. 1508-1512. Capela Sistina, Museus do Vaticano.
  • Fachada para a Capela de Leão X. 1514-1515. Castelo Sant’Angelo, Roma.
  • Cristo Porta Croce. 1519-1520. Basilica di Santa Maria Sopra Minerva, Roma.
  • I Prigioni ( 4 esculturas). 1519-1536. Galleria dell’Accademia, Florença.
  • Gli schiavi (4 esculturas). 1519-1536. Galleria dell’Accademia, Florença.
  • Sagrestia Nuova com uma série de esculturas. 1520-1534. Basilica di San Lorenzo, Florença.
  • Biblioteca Laurenziana. 1524-1534. Florença.
  • Davi-Apolo. 1530. Museo Nazionale del Bargello, Florença.
  • Gênio da Vitória. 1532-1534. Palazzo Vecchio, Florença.
  • Bruto. 1538. Museo Nazionale del Bargello, Florença.
  • Praça do Campidoglio. 1538-1552. Roma.
  • Conversão de São Paulo. 1542-1545. Capela Paolina, Vaticano
  • Crucificação de São Pedro. 1545-1550. Capela Paolina, Vaticano
  • Cúpula da Basílica de São Pedro. 1546-1553. Vaticano.
  • Fachada do Palazzo Farnese 1546-1550. Roma.
  • Pietà Bandini. 1547-1555. Museo dell’Opera del Duomo, Florença.
  • Pietà Rondanini. 1555-1564. Castello Sforzesco, Milão.
  • Porta Pia. 1561-1565 (concluída após a morte de Michelangelo). Roma.

No que diz respeito às obras de arquitetura, foram citados os trabalhos mais consistentes e incisivos.

Mesmo na Itália, Michelangelo esboçou ou iniciou projetos que não foram concluídos. Em muitos museus do mundo todo há obras com atribuição certa, como o modelo para o escravo jovem (British Museum, Londres) ou o Escravo que Morre e o Escravo Rebelde (Museu do Louvre, Paris). Mas também há obras importantes, como atribuição incerta, como O Jovem Arqueiro (Metropolitan Museum, Nova York).

Breve explicação das obras de Michelangelo em Roma

Durante uma viagem pela Itália, que tal conhecer todas as obras de Michelangelo em Roma?

Para quem curte um roteiro cultural, para quem é apaixonado pela História da Arte e pelos seus grandes personagens, há motivos de sobra para aproveitar uma viagem a Roma e mergulhar um pouco no que esse artista completo criou.

Uma das melhores notícias para visitar as obras de Michelangelo é que uma grande parte das parte das atrações gratuitas em Roma.

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A seguir um roteiro sintético com mapa no final, para que você possa visitar todas as obras de Michelangelo em Roma:

Obras de Michelangelo na Basílica de São Pedro

Na Basílica Papal (ou Patriarcal) de São Pedro, no Vaticano, há dois trabalhos de Michelangelo que pertencem a duas fases da sua vida de artista: a escultura da Pietà (artista jovem) e a cúpula (artista maduro) e a escultura da Pietà (artista jovem).

A Pietà Vaticana

A Pietà é uma das mais famosas estátuas de Michelangelo. Ela ficou pronta em 1499, após dois anos de trabalho, quando o artista tinha somente 24 anos.

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A estátua da Pietà (pt.: Piedade) mede 174 cm de altura, 195 cm de largura e 69 cm de profundidade. Encontra-se exposta na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Logo que entrarem na igreja, a escultura de Michelangelo esculpida em mármore de Carrara (cidade na Toscana) encontra-se no lado direito, não muito longe da porta de entrada. Está protegida contra vandalismo por uma parede de cristal, inclusive a prova de balas.

Em 1972 um geólogo australiano, durante um raptus [dizia ser Jesus Cristo ressurreto] deu 15 marteladas na estátua, destruindo-a parcialmente.

Foram feitos trabalhos de restauração, usando inicialmente os fragmentos da própria estátua e também cola e outros materiais para conseguir dar-lhe novamente o seu aspecto original.

Horários:

De abril a setembro: 7.00 às 19.00
De outubro a março: 7.00 às 18.30

Entrada grátis.

Endereço: Basílica de São Pedro, Piazza San Pietro, Vaticano.

A majestosa cúpula da Basílica de São Pedro

Quando caminhamos em direção ao altar maior da igreja (decorado com o Baldaquim de Gian Lorenzo Bernini e de Francesco Borromini), nos deparamos com a majestosa cúpula.

Considerada uma das obras mais importantes de Michelangelo Buonarroti (aqui como arquiteto e mestre de obras responsável pela construção da Basílica de São Pedro), infelizmente só foi concluída após o falecimento do artista em 1564.

A majestosidade da cúpula vista por fora

A cúpula possui 42 metros de diâmetro e do chão da basílica até o seu ponto mais alto, a medida total é de 133 metros.

Horários:

De abril a setembro: 7.00 às 19.00
De outubro a março: 7.00 às 18.30

Entrada grátis.

Endereço: Basílica de São Pedro, Piazza San Pietro, Vaticano.

Capela Sistina: uma das obras de maior repercussão

Assim como trabalhou em dois períodos da sua vida na/para a Basílica de São Pedro, o mesmo aconteceu com os Museus do Vaticano.

A Capela Sistina não foi pintada toda de uma vez: o teto (ciclo bíblico da Gênesis, Profetas do Velho Testamento e Sibilas) foi o primeiro trabalho, que durou de 1508 a 1512.

A primeira pintura com o ciclo da Gênesis

Quem encomendou a pintura foi o Papa Júlio II, o mesmo papa que também pediu de Michelangelo projetasse e construísse o seu túmulo.

O Juízo Final é uma pintura do Michelangelo mais maduro e bem mais famoso do que o do teto da Capela Sistina. Ele trabalhou nesse enorme afresco de 1535 a 1541.

O maravilhoso azul do Juízo Final

Endereço: Museus do Vaticano, Viale Vaticano

Dias e Horários: de segunda a sábado das 9 às 18h; domingos fechado (com exceção do último domingo do mês, das 9 às 14h, com entrada gratuita).

Passeio Guiado na Capela Sistina: Contrate uma guia brasileira em Roma

Capela Paulina: última pintura de Michelangelo nas capelas vaticanas

A Capela Paulina fica quase ao lado da Capela Sistina e é dedicada aos Santos Pedro e Paulo. Na verdade, o seu nome é uma homenagem ao papa que a encomendou a Michelangelo, ou seja, Papa Paulo III.

Essa pintura de Michelangelo foi encomendada assim que ele tinha terminado de pintar o Juízo Final e a realização do trabalho foi muito lenta, uma vez que o artista já tinha mais de sessenta anos.

O artista pintou então dois afrescos laterais: A conversão de Saulo (1542-1545) e A crucificação de Pedro (1546-1550).

Todos os demais ciclos pitóricos foram completados por outros artistas, anos após a morte de Michelangelo.

Atualmente só é possível fazer uma visita virtual à Capela Paulina, por ela ser a capela de uso privato do papa. Clique aqui para a visita virtual no site dos Museus do Vaticano.

++ Leia Mais | Museus do Vaticano [Guia Completo]: o que ver, quanto custa, onde fica

Janela da Capela de São Cosme e Damião no Castelo Santo Angelo

Em 1514 o Papa Leão X pediu que Michelangelo realizasse uma janela em forma de edícola para a capela papal que fica dentro do Castelo Sant’Angelo, que na época, era fortaleza de refúgio dos papas.

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A capela é dedicada a São Cosme e São Damião. Leão X era filho do poderoso Lorenzo dei Medici e os santos eram considerados os padroeiros dessa poderosa família.

O portal foi esculpido no preciosíssimo mármore Carrara. Os esboços para esse projeto estão na Casa Buonarroti, em Florença, museu temático dedicado a Michelangelo.

Castelo Sant’Angelo

Endereço: Lungotevere Castello, 50 | Site

De segunda a quarta das 9h às 19:30h; de quinta a domingo das 9h à meia-noite

Preço: 15 euros

Palácio Farnese, atual sede da Embaixada da França

O Palais Farnese é um dos mais bonitos e deslumbrantes palácios de Roma.

O palácio pertencia aos Farnese, a poderosa família de proveniência do Papa Paulo III; e Michelangelo projetou:

  • Fachada do Prédio
  • Andar nobre
  • Pátio Interno

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A visitação ao público é aberta todas as segundas-feiras e deve ser reservado exclusivamente on-line no site: visite-palazzofarnese.it. Reserve com pelo menos 10-15 dias de antecedência.

Por motivos de segurança, é necessário informar o número de um documento de identificação, nesse caso o passaporte, para quem é turista.

Endereço: Piazza Farnese 67

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Cristo na Igreja de Santa Maria Sopra Minerva

A estátua do Cristo Redentor está na Igreja de Santa Maria Sopra Minerva, ali bem pertinho do Pantheon.

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Michelangelo trabalhou aproximadamente 2 anos na escultura do Cristo (1519-1521) e a enviou para Roma ainda inacabada. Foi Pietro Urbano quem deu os últimos retoques, e alguns o acusam de ter, na verdade, destruído a obra de Michelangelo.

Inicialmente a estátua do Cristo Redentor estava completamente nua. Em um segundo momento a igreja decidiu que uma estátua de Cristo nu era indecente, então foi feita uma faixa de bronze para cobrir a nudez.

Horários:

Todos os dias das 7:30 às 18:00

Entrada grátis.

Endereço: Piazza della Minerva 42

Piazza del Campidoglio (Praça do Capitólio)

Em 1534-1538 Michelangelo trabalhou para remodelar a praça, que nesta época, tinha acesso pelo Fórum Romano. Das laterais posteriores da praça é possível ter uma bela vista panorâmica do Fórum Romano e do Coliseu.

  • Projeto da Praça
  • Projeto do Palazzo dei Conservatori
  • Base da estátua de Marco Aurélio (a estátua que está na Praça é uma cópia. A verdadeira está dentro dos Museus Capitolinos)
Foto: Shutterstock

Uma das maiores mudanças que Michelangelo fez foi projetar a Cordonata, o nome da escada através da qual temos acesso à praça. Antes existia ali uma rampa de terra!

Michelangelo morreu antes que a praça fosse concluída. Viu pronta somente a Cordonata e o posicionamento das estátuas do Nilo e do Tevere. Além disso, também foi sua ideia colocar aqui a estátua de Marco Aurélio, que naquela época ficava na praça em frente à Basílica Papal de São João em Latrão.

Endereço: Piazza del Campidoglio

O Moisés, na Basílica de San Pietro in Vincoli

Essa magnífica estátua não teria existido se um Papa não tivesse decidido encomendar a Michelangelo uma decoração para o seu túmulo! Foi assim que o Moisés nasceu! Ele encontra-se na Basílica de San Pietro in Vincoli, bem pertinho do Coliseu.

O projeto do túmulo começou antes de 1508 (sem sair do papel). Mas a um certo ponto o Papa decidiu dedicar-se à construção da nova Basílica de São Pedro (Vaticano), deixando totalmente de lado a encomenda que havia sido feito a Michelangelo, que sentiu-se ofendido e desprestigiado.

Depois de muita briga e ressentimento, Michelangelo fez as pazes com Júlio II. A paz foi selada com a encomenda da Gênesis, ou seja, os afrescos do teto da Capela Sistina.

O projeto do túmulo foi retomado em 1513, quando o Papa já tinha morrido e somente em 1545 é que a estátua foi colocada na Basílica. Na verdade, o túmulo deveria ter cerca de 40 estátuas e Michelangelo esculpiu somente o Moisés.

A lenda diz que Michelangelo ficou tão impressionado e admirado com a beleza e perfeição da sua obra, que bateu com o martelo no joelho do Moisés e disse: “Fala, Moisés!”. Para Michelangelo o seu Moisés não parecia uma estátua, mas um ser humano vivo!

Horários:

De abril a setembro: 8.00-12.30 e 15.00-19.00
De outubro a março: 8.00-12.30 e 15.00-18.00

Entrada grátis.

Endereço: Piazza di San Pietro in Vincoli 4/A.

Capela Sforza da Basílica de Santa Maria Maggiore

Michelangelo projetou essa capela nos seus últimos anos de vida, quando já tinha 87 anos. A construção em si foi levada adiante por outro arquiteto. Muitos consideram então essa capela a última grande obra projetual do grande artista.

A capela fica localizada no lado esquerdo da Basílica (mais propriamente é a segunda capela da nave esquerda) e é dedicada à Ascensão de Maria, tema do retábulo.

Nela estão os túmulos dos cardeais Guido Ascanio Sforza e do seu irmão Alessandro Sforza. Os Sforza foram uma poderosíssima família nobre italiana, que governou o Ducado de Milão nos séculos 14 e 15.

Graças a alianças matrimonias, várias gerações de herdeiros casaram com outras famílias nobres igualmente importantes e/ou fizeram parte do alto clero, como o caso desses dois irmãos que estão enterrados na capela.

Horário: das 7:30 às 19h.

Entrada grátis.

Endereço: Piazza di Santa Maria Maggiore

Basílica de Santa Maria degli Angeli e dei Martiri

Bem de frente para uma das principais praças de Roma, a Piazza della Repubblica, encontra-se essa basílica que foi construída dentro dos restos das Termas de Diocleciano. Ela é a igreja onde celebram-se as cerimônias oficiais do Estado Italiano.

A fachada original meio destruída e com os tijolos à vista não é casual: essas eram s paredes das Termas de Diocleciano.

Durante o Papado de Pio IV, Michelangelo foi convocado a transformar as ruínas das termas em uma igreja.

A grande genialidade de Michelangelo foi não destruir a estrutura já existente. Isso fez com que a basílica possua uma forma diferente das demais igrejas. Ele é mais larga para os lados, formando uma espécie de cruz.

Não se deixem enganar pela fachada simples. O interno da igreja é simplesmente divino.

No século 18 a igreja passou por outras reformas arquitetônicas pelas mãos do arquiteto Luigi Vanvitelli.

Horário: das 7:30 às 19h.

Entrada grátis.

Endereço: Piazza della Repubblica

Claustro das Termas de Diocleciano (La Certosa di Michelangelo)

Michelangelo projetou o claustro dos monges certosinos, que hoje fica no pátio do museu das Termas de Diocleciano, mas muito provavelmente, só acompanhou a preparação inicial para as obras, já que ele faleceu em 1564.

As fontes dão por certo que essa parte da reconstrução das Termas de Diocleciano engrenou mesmo a partir de 1565.

O Claustro de Michelangelo é um dos maiores da Itália, com seus 10.000 metros quadrados de superfície. No local encontram-se expostos sarcófagos, estátuas e altares de época imperial. A época imperial começa em 27 a.C. com a subida de Augusto ao poder.

Horário: terça a domingo, das 9 às 19:30h.

Endereço: Viale Enrico De Nicola, 79 | Site

Preço: 10 euros

Porta Pia

Além da Basílica de Santa Maria dos Anjos e dos Mártires, Papa Pio IV também encomendou um grande portal que se chama Porta Pia. O portal substituiu a Porta Nomentana, que ficava nas antigas muralhas aurelianas.

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Crédito da Foto: Wikimedia Commons

Endereço: Via XX Settembre

Baluarte das Muralhas do Vaticano

O artista também teve tempo de projetar um dos baluartes de defesa da muralha dos palácios pontifícios, hoje Museus do Vaticano, o baluarte de Michelangelo.

Quando foi derrubada parte da antiga muralha que descia paralelamente em direção ao Rio Tibre, foi necessário construir um novo baluarte. A obra é de 1534.

Não por acaso, o pedacinho de rua coladinho nessa parte das muralha se chama Via del Bastione di Michelangelo.

Considerem que essa época é imediatamente anterior aos anos em que o grande gênio trabalhava no afresco do Juízo Final.

Leituras sobre Michelangelo:

Uma seleção de livros sobre Michelangelo, disponíveis no site da Amazon.

Mapa com todas as obras de Michelangelo em Roma

E aqui no mapa vocês encontra todas as obras marcadinhas:

Mais dicas para a sua viagem a Roma:

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10 respostas

  1. Simples genial o seu texto!!! Como aprendi lendo sua explicação sobre as obras de Michelangelo em Roma (em em outras cidades italianas também!). Quero deixar uma dica de livro sobre o artista que gostei bastante: Michelangelo e o Teto do Papa. Conta sobre o trabalho da Capela Sistina.

    1. Acredito que sim!
      Infelizmente em um post não cabia mais fatos biográficos, mas pelo que lemos, dá para compreender que ela tinha consciência de como trabalhava bem.

  2. Nossa que post completo sobre Michelangelo, agora vai dar um gostinho melhor na viagem para Itália rs

  3. Adoro esses roteiros temáticos! Quando for à Itália vou querer seguir os passos de Michelangelo sem dúvidas. Já salvei suas dicas aqui, obrigada por compartilhar!

  4. Super materia.
    Parabéns!!!!!
    Amo o renascimento italiano.
    Vai uma pergunta. Por favor, será que alguém pode ter alguma obra de Michelangelo em acervo pessoal? Talvez algum desenho, ou qualquer outra coisa?
    Acredito que não, mas gostaria de saber.
    Obrigada

    1. Sim, existe. Esse assunto é abordado no livro: L’ultimo Michelangelo
      Dal Giudizio Universale alla Cappella Paolina

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