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Visitar a Domus Aurea, a Casa do Imperador Nero, com óculos de realidade virtual

Nero passou à história como o imperador que incendiou Roma e que mandou matar , Agrippina.

Apesar dos seus feitos e desfeitos, a verdade é que ele possuía uma das residências imperiais mais suntuosas e monumentais de toda a história do império.

Roma é uma cidade de ruínas, e até para fazer um simples buraco na rede de água e esgoto, é necessária a presença de um arqueólogo.

Uma das inúmeras ruínas fantásticas que podemos visitar é a Domus Aurea, a Casa Dourada do Imperador Nero Cláudio César Augusto Germânico, cujo nome de batismo, na verdade, era Lúcio Domício Enobarbo.

Escultura de Nero, nos Museus Capitolinos

Como todos os imperadores, construiu a sua residência (hoje denominada Domus Transitoria) no Palatino, uma das sete colinas sob as quais Roma foi fundada, e seus domínios se estendiam até chegar ao Esquilino (hoje o bairro onde se localiza a estação Termini). Mas Nero queria ainda mais espaço, mais riqueza, mais suntuosidade.

É possível ver afrescos e decorações da primeira casa ao visitar o Museu Palatino, dentro da área arqueológica do Fórum Romano e Palatino.

Leia também: Museu Palatino: conhecer Roma desde a pré-história

Assim, nasceu a Domus Aurea, um “anexo” suntuosíssimo da antiga residência. A nova residência ficava no Colle Opio. Para vocês terem uma ideia, o Colle Opio é aquele “morrinho” que fica em cima da parada do metrô Colosseo, bem de frente para o Coliseu.

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Aproveitando-se do grande incêndio de 64 d.C. (do qual foi acusado) e da destruição de inúmeros prédios, Nero pode então derrubar tudo o que havia sido queimado e, finalmente ter espaço para construir a sua casa.

Afrescos com inspiração egípcia. Em alguns figuras identificamos o deus Anúbis. Os romanos “piraram” pelo Egito, principalmente depois do período em que Cleopátra “juntou os trapinhos” com Júlio César e morou em Roma.

As paredes eram cobertas de mármore precioso, vindo de várias áreas que tinham sido conquistadas pelo império romano. Havia mármore egípcio, grego, turco, etc.

O teto da casa era decorado com pedras preciosas e ouro, por isso era chamada de Domus Aurea, a Casa Dourada.

Visitar ruínas requer ajuda da nossa imaginação e, claro, um bom guia, em muitos casos. Imaginem esse teto, hoje meio amarelado, todo coberto de ouro. Eram usadas finíssimas folahs de ouro para decorar o teto da casa.

No terreno que a circundava havia plantações de oliveiras, bosques e até mesmo rebanhos de animais. Além, claro, de ricas ornamentações como piscinas, lagos e fontes. A extensão da propriedade chegava a cerca de 80 hectares.

Há alguns andaimes, que por vezes atrapalham um pouco a visão, mas aqui mais um pedaço do teto, outrora dourado, e ali no fundo também vemos um pedaço de teto com afrescos.

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O cancelamento da memória e o soterramento da Domus Aurea

Com a morte de Nero, os imperadores que o sucederam fizeram de tudo para cancelar a sua memória (Damnatio Memoriae). Tito e Trajano construíram termas no local e mandaram literalmente enterrar a Domus Aurea.

Foi justamente esse aterro de metros e metros de entulho e terra que a “conservou” até os dias de hoje.

Durante o Renascimento, a casa foi redescoberta por acaso, e os seus afrescos e pinturas inspiraram muitos artistas da época que entravam no local “clandestinamente” fazendo buracos na parede e descendo usando cordas.

Entre eles Pinturicchio (que inclusive deixou a sua assinatura em uma das paredes da casa), Michelangelo e Rafael Sanzio.

A sala octogonal e a cúpula que inpirou o Pantheon

Mais para o final da visita, somos conduzidos até a enorme sala octogonal, na qual não restou nenhuma decoração. Além do estupor pela enormidade da estrutura, temos uma surpresa histórica…

Saber que essa sala, e que, sobretudo, a cúpula aberta inspirou a cúpula aberta do Pantheon.

Baseado nos restos de pinturas e afrescos, além dos mármores, e do estudo da moda, dos costumes e das cores da época, essa seria uma reconstrução da sala octógona

A Domus Aurea nos dias de hoje

O que podemos visitar hoje é somente uma pequena parte das escavações arqueológicas.

Parades altíssimas cobertas com afrescos e cores que lembram as das casas de Pompeia e de Ostia Antiga

Se a memória não me falha, visitei a Domus Aurea pela primeira vez em 2002, em uma das últimas vezes que ela esteve aberta permanentemente ao público.

Por ter sido soterrada, o monumento (ou o que sobrou dele) é muito “delicado” e passa constantemente por restaurações a causa da umidade.

Esse, sim, é um pé direito alto!

Como é a visita com projeção de imagens e realidade virtual?

Logo no início da visita são projetadas algumas imagens na parede, ao mesmo tempo em que uma narração vai nos contando como era essa residência imperial majestosa.

Na parte final da visita, nos sentamos em um ambiente, e com óculos “futuristas” de realidade virtual podemos ver a reconstrução dos ambientes e até parece que estamos caminhando pelos jardins do palácio do Imperador Nero.

Visitar a Domus Aurea: informações práticas

Dias e horários: sábados e domingos das 9:15 às 15:45

Como: visita guiada por arqueólogo, com duração de 75 minutos. Os passeios são guiados em italiano, inglês, espanhol e francês. Grupos de no máximo vinte e cinco pessoas.

Preço: 15 euros

Onde reservar: no site da Coopculture, a empresa que também vende entradas para o Coliseu. Site | http://www.coopculture.it/

Clique aqui para ir diretamente para a página de reservas.

Onde fica: Via della Domus Aurea 1, a poucos metrôs do Coliseu.

A rua fica meio encondida, mas, você sai de lá e dá de cara com o Coliseu. Sem erro!
Subindo a ladeira de frente para o Coliseu, após uns 100 metros (talvez menos!) você vai achar esse portão à esquerda. A Domus Aurea fica aqui dentro.

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4 respostas

  1. Como eu nunca fui a este lugar??? Cada vez que leio algum post aqui, percebo que Roma é inesgotável. Preciso fazer esse passeio na próxima ida à cidade!
    Amei 😉

    1. Vocês deveriam alugar um apartamento e ficar pelo menos uns 15 dias em Roma.
      Tenho certeza que seria uma experiência ótima.
      Beijos

  2. Meu Deus…. não posso mais entrar aqui, que já quero ir correndo te visitar (ohhh o perigo que você está correndo 😛 )
    Que lugar incrível, mais um para a minha listinha quilométrica.
    =)

  3. Espetacular! Vamos em setembro e logo depois que li seu relato, entrei no site e já fiz a reserva. Muito obrigado pelas informações. Gratidão.

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