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Quem Tem Boca Vai a Roma: a Origem do Ditado Popular

“Quem tem boca vai a Roma”, todos nós , várias vezes na vida escutamos esse famoso ditado.

O ditado popular quer dizer que, quem procura acha, quem deseja alcança os seus objetivos. Porque basta perguntar e ir em direção ao destino, ao próprio sonho.

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Mas qual é a origem da expressão “Quem tem boca vai a Roma”?

Para saber o que significa esse ditado popular, é precivo voltar a séculos de história, na época do império romano.

Apesar do vasto território que fazia parte do império romano, foram construídas uma série de estradas que conduziam à capital, ou seja, Roma.

Uma pessoa poderia estar no que hoje é a Turquia, a França, a Inglaterra, a Espanha, ou até mesmo ter que atravessar os mares. Haveria sempre uma estrada e indicações que levavam ao centro do mundo: Roma.

No Fórum Romano, centro político, administrativo e religioso existiam dois marcos muito importantes: o Milliarum Aureum e o Umbilicus Urbis Romae.

A milha de ouro (Milliarium Aureum) era o marco zero de todas as estradas que conduziam a Roma. Esse marco zero era folheado a ouro, por isso o seu nome.

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Ruínas do que sobrou da base de mármore do marco zero da milha de ouro

Portanto, se qualquer pessoa pegasse uma das antigas estradas consulares (Via Cássia, Via Triunfal, Via Ostiense, Via Salária, Via Aurélia e a mais famosa de todas, a Via Ápia Antiga) chegariam a Roma. Era só ver as placas ou perguntar: como se chega a Roma?

Já o Umbigo do Mundo (Umbilicus Urbis Romae) era o marco zero de Roma enquanto capital do império romano e capital do mundo. Não por acaso os romanos chamavam a cidade de Roma Caput Mundi.

Logo o fato de que era possíver chegar a Roma, deu origem a várias expressões idiomáticas que sugerem a centralidade de Roma. Apesar de no português do Brasil usarmos uma tradução menos literal, quase todas as línguas possuem a expressão “Todos os caminhos levam a Roma”. O império romano chegou a ter cerca de 80 quilômetros de estrada.

Encontramos a popular expressão em vários idiomas

Em inglês: All roads lead to Rome.

Em espanhol: Todos os caminhos conducen a Roma ou Preguntando, se va a Roma

Em francês: Tous les chemins mènent a Rome ou Qui langue a, à Rome va

Em italiano: Tutte le strade portano a Roma ou Chi lingua ha, a Roma va.

Como podemos ver, em todas as línguas neolatinas, a expressão que “quem quer, consegue chegar a Roma” são praticamente equivalentes, e todas tiveram uso corrente a partir da Idade Média.

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Mas é mesmo verdade que todos os caminhos levam a Roma?

No mapa do projeto Roads to Rome, vemos que um grande número de estradas do mundo chegam a Roma.

Graças ao fantástico projeto Roads to Rome, pesquisadores mapearam todas as estradas, autoestradas, caminhos percorridos por peregrinos, etc. e descobriram que, sim, existem cerca de 500.000 caminhos que ligam várias cidades do mundo a Roma.

Tudo isso ainda é herança do Império Romano.

Nesse estudo foram marcados 26.503.452 quilômetros quadrados de estradas na Eurásia, que pudessem conduzir a Roma, e um algoritmo calculou que, sim, de quase todo ponto do antigo Império Romano é possível chegar a Roma. Portanto, é só querer, porque quem tem boca vai a Roma.

Sabedoria de Internet: “Quem tem boca vaia Roma”

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Vocês sabem que…o poder de disseminação de notícias e de criação de falsos mitos, aumentou desproporcionalmente com o uso da internet.

Circulam inúmeros sites dizendo que o ditado popular correto é “quem bem boca vaia (do verbo vaiar) Roma”, porque os imperadores romanos, devido às suas crueldades, eram vaiados pelo público.

Bom, é preciso saber que, vaiar certos imperadores, como Calígula ou Nero, significaria quase uma pena de morte. Nem sempre valia a pena mostrar um dicenso político durante cerimônias e momentos públicos. A grande prova histórica é que a maioria dos imperadores assassinados, foram mortos em conjuras ou envenenamentos dentro dos palácios imperiais.

Dessa fake news acerca da origem do Quem tem boca vaia a Roma, surgiu inclusive o nome do professor e gramático Pasquale Neto. Muitos afirmam que teria sido ele, em um programa de televisão, a dizer que era esse o ditado correto.

O Prof. Pasquale tratou de negar veementemente que ele tenha afirmado tal coisa e, pelo contrário, nos exorta a confiar nas fontes antigas e que o ditado seria “Quem tem boca vai a Roma” ou “Todos os caminhos levam a Roma”.

Portanto, você pode escolher a sabedoria milenar… ou as notícias factóides da internet!

Esperando que, independente do ir ou do vaiar, você tenha o prazer de fazer uma viagem a Roma, porque ela merece!

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Frases famosas com a palavra Roma

Além do famoso “Quem tem boca vai a Roma” existem muitos aforismos, ditados populares e frases famosas com Roma. Veja algumas delas:

“Em Roma, tudo se compra”. Autor: Juvenal

“Roma é a obra mais bela e útil do destino”. Autor: Políbio

“Em Roma, tudo está à venda”. Autor: Salústio

“Enquanto existir o Coliseu, Roma existirá. Quando o Coliseu ruir, Roma ruirá. Quando Roma cair, o mundo cairá”. Autor: Venerável Beda.

Goethe no campo romano. O famoso quadro é do pintor Johann Tischbein.

Existem muitas frases memoráveis de Goethe. No seu livro Viagem à Itália, publicado em 1787, ele narra da sua ansiedade para chegar em Roma. Goethe morou por dois anos na cidade.

“Finalmente cheguei na capital do mundo”.          

“Nasci uma segunda vez no dia em que coloquei meus pés em Roma”.

Tinha em desejo tão ardente de chegar em Roma…que fiquei em Florença somente três horas”.

“Posso dizer que somente em Roma eu descobri o que é ser um verdadeiro homem”.

Fonte: Site Frases famosas. Frases de Goethe: minha tradução livre.

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8 respostas

  1. Já na página do Facebook – Coisas antigas, há um membro que continua a contestar, apoiado em ????? e a afirmar que é sim ‘VAIA’. Jamais em português ouvi essa, NUNCA!! Justamente a única explicação é esta, baseada inclusivé em dados ciêntificos.

    1. Então… Minha ideia era mostrar qual a origem primordial da expressão. Geralmente a gente estuda isso em filologia, para descobrir origens de palavras e expressões de uso comum.
      Depois, claro, as expressões podem ter seu uso mudado, inclusive graças a modas e novas interpretações.
      Mas, enfim… Já teve gente que veio aqui me ofender e dizer que eu estava errada.
      Um abraço e obrigada por comentar,
      Luciana

  2. errado expressao cera e quem tem boca VAIA ROMA

    ignorantes kkkkk

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    e-mail: grupodarruiz@gmail.com

    1. *certa kkk

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  3. Luciana, fiquei muito feliz por encontrar seu blog e este artigo sobre o ditado “Quem tem boca vai a Roma”. Lamentavelmente, há mais de uma década, alguns profissionais da imprensa brasileira têm se deixado enganar por uma onda de bobagens divulgadas sobre esse e outros ditados populares consagrados pelo uso e citados em documentos e obras literárias há séculos. Em 18 de setembro de 2011, escrevi e publiquei um artigo em meu blog (https://lidiamariademelo.blogspot.com/2011/09/com-que-autoridade-estao-mudando-os.html), esclarecendo que não havia fundamento para se mudar ditados populares. Citei pesquisadores idôneos. Ainda assim, de vez em quando, leio, ouço e vejo gente garantir, sem provas, que vários ditados são utilizados de maneira errada. A lista de ditados “corrigidos” indevidamente passou a circular pela internet antes de 2010, quando a expressão “fake news” ainda não havia sido disseminada. Assisti perplexa a entrevistas de profissionais renomados em programa de alta audiência na televisão, repetindo as informações incorretas e sem fundamento. Li em jornais conceituados a reprodução da mesma bobagem, que deixa sequelas graves entre a população, pois transmite informações falsas sobre essa questão linguística e cultural. Sou professora de língua portuguesa e jornalista, além de pesquisadora. Por isso, este meu entusiasmo que só experimentei em 2010, quando li um artigo de Sírio Possenti, linguista, escritor e professor da Unicamp, sobre o mesmo assunto. Uma tese só deve ser defendida ou contestada, se houver embasamento em provas. Um forte abraço e muito obrigada.

    1. Sim. Essa é uma das besteiras que me irrita. E as pessoas defendem com unhas e dentes algo que nunca existiu.
      Um bom estudo de filologia e métodos linguísticos comparativos ajudaria a muitos disseminadores de faltas tradições.
      Um abraço,
      Luciana

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