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Conhecendo o Gueto Judaico de Ferrara

Os guetos judaicos mais antigos do mundo encontram-se na Itália. Se você não sabe, a palavra gueto é de origem veneziana, já que o gueto de Veneza (1516) é o mais antigo do mundo, seguido daquele de Roma (1555).

Ambos valem a pena uma visita e, se possível, mais do que uma visita.

Em uma das minhas últimas viagens pela Emilia-Romagna aproveitei para conhecer os guetos de Bolonha, de Ferrara e de Ravenna, todos localizados bem no centro da cidade e cada um com uma história peculiar.

Todos com uma característica comum: um grande exemplo de superação.

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Foi uma enorme surpresa retornar ao Gueto de Ferrara e encontrá-lo coloridíssimo, cheio dos guarda-chuvas cuja moda iniciou em Londres e conquistou outras cidades do mundo.

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O Gueto começa na Piazza Trento e Trieste, considerada uma das praças mais bonitas da Itália e possui várias ruazinhas bem charmosas, com barzinhos e lojinhas fofas e bonitas para compras.

Mas nessa segunda visita à cidade, tive uma espécie de déja-vu inspirado pelo cinema e pela literatura, ao relembrar de O Jardim dos Finzi-Contini.

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O Jardim dos Finzi-Contini é um dos romances clássicos da literatura italiana. Apaixonei-me pela sua versão cinematográfica quando ainda era estudante de italiano no Istituto Italiano di Cultura, quando estava sempre à caça de filmes italianos no antigo Estação Botafogo, no Rio de Janeiro.

O romance e o livro contam a história dos Finzi-Contini, família judia burguesa de Ferrara, cujos jovens passam seus dias entre jogos de tênis, jantares e viagens, até que com a ascensão do nazismo, a família é deportada para os campos de concentração.

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Quando visitava o gueto judaico de Ferrara, me dei com uma placa de mármore na parede do prédio que hospedava a antiga sinagoga. A placa era uma homenagem aos cidadãos locais que perderam suas vidas graças à folia nazista.

Meus olhos imediatamente deram-se conta dos sobrenomes: Finzi e Contini. Me vi entre as cenas do filme e ao imaginar os fatos reais e dramáticos que o inspiraram.

Uma interessante curiosidade histórica é que muitos cidadãos adotaram o nome da localidade ou da cidade onde viviam como sobrenome.

A partir da Reforma Católica todos os italianos foram obrigados a ter um sobrenome, e muitos italianos de origem rural possuem sobrenomes ligados à lavoura. Ou sobrenomes de acordo com a sua profissão.

Os judeus não podiam ter os sobrenomes que escolhessem, mas aquele do gueto ou cidade onde viviam.

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Piazza Trento e Trieste, que antecede o início do Gueto Judaico de Ferrara.

Tudo isso inicialmente também para melhor controle caso os judeus decidissem se deslocar pelo território. Observem a placa e os sobrenomes que coincidem com topônimos italianos.

O Gueto é pequeno e pode ser visitado em menos de 1 hora de caminhada, talvez parando aqui e ali para uma comprinha, um café ou um sorvete.

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O ambiente alegre, coberto por guarda-chuvas coloridos dá uma cara ainda mais charmosa ao local.

Se passar por Ferrara, não deixe de visitá-lo, porque assim como toda a cidade, vale a pena.

A minha viagem pela Emilia Romagna foi realizada dentro do BlogVille, um blog tour cujo lema é “eat, feel and live like a local in Italy”. Da minha parte há plena transparência em contar as minhas experiências reais, além de completa liberdade editorial. Emilia Romagna rocks!

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