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Comer bem em Roma: vá ao Nonna Betta, no Gueto Judaico

O Gueto Judaico é um dos meus cantinhos preferidos para comer bem em Roma. Apesar de bem frequentado por turistas, ele também permanece um local frequentado pelos locais.

Sendo um “bairrozinho” (se assim podemos denominá-lo) que pode ser desbravado em uma breve caminhada, gosto de bater perna por lá e terminar a minha manhã com um bom almoço em um dos restaurantes ou lanchonetes da Via del Portico d’Ottavia, que é mais ou menos o epicentro do local.

Ali, logo atrás da Grande Sinagoga de Roma existe um enorme concentrado de ótimos lugares para comer, sem armadilhas para turistas. O meu queridinho é o Nonna Betta, seguido da Trattoria del Ghetto. Hoje contarei para vocês sobre o meu almoço no Nonna Betta.

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Nonna Betta, ou vovó Betta, era uma senhora romana de origem judia que realmente morou ali no Gueto. Hoje em dia o restaurante está sob direção do seu neto.

Obviamente que a cozinha é kasher e privilegia receitas judaico-romanas, algumas delas que existem há séculos. Uma das protagonistas dos pratos: a alcachofra… para nossa alegria!

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Fachada traseira da Grande Sinagoga de Roma, no Gueto Judaico. Domingo pela manhã, quando terminam as funções religiosas, o restaurantes e bares do Gueto ficam lotados. Se for ao Nonna Betta aos domingos, reserve. Ou chegue às 12:30h.

Ademais, sendo um restaurante kasher, muitos pratos tipicamente romanos que levam carne de porco, ou que misturam leite e carne (práticas alimentícias absolutamente proibidas na cozinha kasher), são reiventados, substituindo esses ingredientes. Um exemplo: cubinhos de bacon geralmente são substituídos por carne seca. E a carbonara é feita com abobrinha. Indispensável dizer que com isso são criados ótimos pratos vegetarianos.

++ Pratos típicos de Roma: conheça a culinária romana

Vamos ao que interessa: a comida

Pedi: alcachofra à judia de entrada, massa fresca (vermicelli) com cacio, pepe e cicoria, e uma fritada de alcachofras. Justamente nesse dia não tinha fritada e depois levantei minhas mãos para o alto! O prato principal era bem farto e com certeza não teria conseguido comer mais nada.

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Uma confissão: essa alcachofra é um prato típico de Roma, mas eu acho que nem todos sabem fazê-lo bem. Antigamente eu achava que uma “alcachofra feia e com cara de queimada” não valia a pena. Estava redondamente enganada! Hoje em dia eu adoro!

O carciofo alla giudia (alcachofra à judia) é uma entrada simples, mas deliciosa. A alcachofra é deep fried, portanto, as pontas das folhas externas ficam crocantes (tipo batata frita chips) e a outra metade/parte interna das folhas continua verdinha e macia. O único tempero é o sal. Sem brincadeira, teria comido umas cinco! Risos!

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Depois de um certo tempo chegou meu prato de cacio e pepe. O cacio e pepe é um molho tradicional da cozinha romana. Usa-se a água de cozimento da massa misturada ao queijo, criando um creme. Depois é acrescentada pimenta do reino moída. Na minha versão ainda tinha folhas de chicória.

Gente… estava m-u-i-t-o gostosa!

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Massa fresca, saborosa. O “creme” formado com o queijo estava super bem amalgamado com o restante do prato.

Como já disse, as porções de massa são generosas. O pessoal da mesa ao lado também não conseguiu pedir mais nada, porque o prato principal deles também era abundante.

Mas como é o restaurante?

Primeira coisa: está sempre cheio. Tem uma clientela internacional, afinal todos querem comer bem em Roma. Escutei tudo quanto é língua lá dentro: israeliano, italiano, inglês e alemão eram os idiomas predominantes.

Meu conselho: se for jantar e/ou for nos fins de semana, reserve antes. Caso contrário, chegue na hora que o restaurante abre: 12:30 no almoço e 19h no jantar.

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Na parede, painéis que reproduzem como era o gueto antes da Unificação da Itália e antes que fossem construídas as muralhas de contenção do Rio Tibre.

A decoração é simples e bem característica: nas paredes há enormes pôsteres reproduzindo o Gueto Judaico e as áreas da marginal do Rio Tibre na primeira metade do século XIX, antes da construção das muralhas de contenção.

Serviço: superrrrr gentil, mas entre a entrada e o prato principal houve uma certa demora. Nada de exagerado, até porque eu consegui a última mesa disponível e estava lotado.

Alguns preços

Entradas: de 5 a 8 euros, mas tem mais cara também.

Massas: a partir de 9 euros. O meu prato custou 9.

Segundos pratos: a partir de 9-10 euros (com carne) e um pouco menos os vegetarianos (tipo as fritadas)

Acompanhamentos: mais ou menos 6 euros.

Sobremesas: de 6 euros em diante

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Uma foto do menu de carne. Eu escolhi pratos do menu sem carne.

O que eu não gostei

A comida estava divina, mas o que eu não gostei aprovei:

Cestinho de pão pela “beleza” de 1,50. Esse geralmente é um truque dos restaurantes para cobrar o couvert e assim forçar uma gorjeta.

Uma garrafa de água custou a “beleza” de 3 euros. Ou seja: quase o preço de um copo de vinho.

Mas pela qualidade da comida (que é realmente ótima) e pelo atendimento, continuarei frequentando o local. O Nonna Betta é um ótimo local para comer bem em Roma.

Minha conta: 20,50 euros.

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Recomendo porque gostei da comida e, realmente, os garçons são super gentis. E também vi que todos são super fofos com crianças.

Restaurante Nonna Betta

Site: http://www.nonnabetta.it/

Via del Portico d’Ottavia 16

Tel: 06/68 80 82 63

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