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Sant’Agnese, a catacumba de Roma pertinho do metrô

Sant’Agnese é a catacumba de Roma mais prática a ser visitada, porque ela colada no metrô da linha B, a mesma linha que também passa pela estação Termini e pelo Coliseu.

Esta proximidade com o metrô e o fato de estar dentro da cidade, faz com que seja muito mais fácil de ser visitada do que as famosas catacumbas de Via Ápia, a dizer: as catacumbas de São Calixto, São Sebastião e de Domitila.

Porém, se a apresentação do local pareceu por demais “fútil”: as catacumbas perto do metrô, continue lendo o texto para compreender que, na verdade, essas catacumbas de Roma estão dentro de um complexo arqueológico de valor inestimável.

O complexo arqueológico e o Imperador Constantino

No local na verdade não existem somente as catacumbas de Sant’Agnese (pt.: Santa Inês), mas também as ruínas de uma antiga basílica circense ou circiforme.

As ruínas das antiga basílica vistas de dentro. Essa parte fica isolada com uma grade

Em 342 d.C. Constantina, filha do Imperador Constantino (o que em 313 assinou o Edito de Milão dando liberdade de culto aos cristãos, legalizando assim o Cristianismo) mandou construir uma basílica nos terrenos da própria família. Ela era devota de Santa Inês e a tradição cristã afirmava que a jovem santa mártir tinha sido enterrada aqui.

Ruínas vistas de cima. Fonte: Web

Inês havia feito voto de castidade e foi assassinada, aos doze anos, porque se recusar a casar com o filho do prefeito de Roma. O ano da sua morte foi 305.

As ruínas vistas assim que sai da estação do metrô

Desta primeira basílica, restam apenas alguma ruínas, que pouquíssimas vezes são abertas ao público. Mas assim que descemos da estação do metrô vemos a sua parte curva. Esssa parte, semelhante à curva de um antigo circo romano, faz com que muitas basílicas antigas (as primeiras igrejas cristãs de Roma), sejam chamadas de basílica circense ou circiforme.

Mas lembram que eu falei aqui acima que a área é um complexo arqueológico?

Portanto, assim que adentramos o portão temos três lugares a serem visitados: a nova basílica de Santa Inês, o Mausoléu de Santa Costanza e as Catacumbas de Santa Anges.

Mausoléu de Santa Costanza: uma maravilha do século 4 d.C.

Costantina também encomendou um riquíssimo mausoléu para si mesma, ao lado da primeira basílica de Santa Inês. No início do Cristianismo era tradição ser enterrado perto dos santos mártires.

Mausoléu de Constantina ou Santa Costanza

Obviamente sendo a filha do imperador e esposa do filho de outro imperador, o mausoléu de Constantina era riquíssimo. O sarcófago foi ricamente esculpido em pórfiro vermelho, mármore precioso e de uso exclusivo dos imperadores.  O original se encontra exposto dos Museus Vaticanos.

Este é o sarcófago, que ficava nesse mausoléu, mas hoje está nos Museus Vaticanos

Ao entrar no mausoléo, somos surpreendidos por uma atmosfera de outros tempos. Colunas antigas, mosaicos, afrescos e um silêncio profundo. A planta circular nos lembra aquela da igreja de Santo Stefano Rotondo, uma linda igreja circular que fica perto do Coliseu.

A nova basílica e a catacumba de Santa Inês

A nova basílica de Santa Inês é resultado de praticamente quinze séculos de transformações. A primeira “nova basílica” foi construída por papa Onório (625-638) em cima da catacumba onde estava enterrada a santa e milhares de corpos.

Sabe essas igrejas com aquela atmosfera antiga, meio que de Idade Média, onde parece que a genet está em um filme antigo? Pois é, Sant’Agnese é assim.

Quando entramos vemos uma explosão de cores e estilos arquitetônicos e decorativos: mosaicos e sobretudo os mármores romanos. As colunas são antigas colunas de monumentos romanos e, dada a proximidade com a antiga basílica circiforme, muito provavelmente algumas colunas vinham de lá.

Ao lado da basílica (mas com uma passagem externa) descemos então aos subterrâneos para visitar a catacumba de Santa Agnese.

Logo na entrada, antes de começarmos a descer as escadas, há um pequeno percurso explicativo, onde compreendemos a evolução de todo o complexo arqueológico ao longo dos séculos.

Infelizmente não é possível tirar fotos mas é impressionante e emocionante percorrer os subterrâneos de Roma e vermos uma infinita fileira de túmulos. Uma curiosidade é ver como as pessoas naquela éoca eram baixinhas, porque muitos túmulos são minúsculos.

Na entrada tem um pequeno museu, e essas eram restos de lanternas a óleo e incensários que eram colocados nas catacumbas.

A funcionária do local, a qual nos acompanha à catacumba e também trabalha como guia, nos explica inclusive onde eram os espaços dos túmulos infantis, os túmulos daqueles que tinham dinheiro e podiam construir uma espécie de jazigo de família, os que tinham as suas profissões indicadas na lápide. Então ao mesmo tempo vemos sepulturas ricas e adornadas, mas a grande maioria são apenas pequenos espaços que eram fechados com tijolos, cimento e/ou telhas, sem algo que efetivamente nos permitisse identificar o defunto.

Como os terrenos para a sepultura eram muito caros, e os cristãos começaram a enterrar os corpos (à espera da ressurreição) à diferença da tradição pagã que quase sempre (mas não exclusivamente) escolhia pela cremação, foi necessário construir então esses cemitérios em cavernas subterrâneas porque muito mais barato. Assim os cristãos ou qualquer pessoa de situação econômica modesta, sobretudo escravos e alforriados, podiam ter uma digna sepultura após a morte.

Fonte: Web

Algumas catacumbas de Roma nas quais foram enterrados santos, alguns deles mártires (Santa Inês, São Sebastião, São Calixto), começaram a atrair pessoas (cristãs e não), que queriam ser enterradas perto de um santo. Por isso todas essas catacumbas de santos mártires pouco a pouco começam a “lotar” de sepulturas.

Mas, além das grandes e “mais famosas” catacumbas em Roma, existem muitas outras anônimas e quase desconhecidas porque não possuíam mortos ilustres. Ou seja, Roma é um verdadeiro cemitério nos seus subterrâneos.

Fonte: Web

Catacumba e Basílica de Sant’Agnese

Site oficial: http://www.santagnese.com/

Horário: de 9 às 12 (última entrada às 11:30) e das 15 às 17 (última entrada às 16:30). Os percursos guiados saem a cada meia hora.

Fechado: todos os anos da primeira semana de novembro à primeira semana de dezembro, domingos, páscoa, Natal.

Preço: 8 euros com passeio guiado de cerca 30 minutos em inglês e italiano pelas catacumbas. A basílica e o mausoléu de Costanza são visitados separadamente e são gratuitos.

Endereço: Via di Sant’Agnese 3 (a parada mais próximo ao metrô, linha B, parada Sant’Agnese Annibaliano)

Como chegar: pegue o metrô, linha B (o mesmo que vai para o Coliseu) e ao descer na parada Sant’Agnese Annibaliano, assim que sair na rua, você verá ruínas romanas. As catacumbas estão ali do lado e são menos de cinco minutos a pé.

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4 respostas

  1. Que lugar bem lindo estas catacumbas ao lado do metro em Roma! Tem história em todos os cantos de cidade, pelo jeito. Quero mto conhecer!

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